Dentre todos os acionamentos do SAMU, com certeza
os traumas tem prevalência. Dentre as situações de traumas estão incluídos:
quedas variadas, PAF, PAB, agressão física, acidentes de automobilístico e
principalmente de moto. Este último tem sido uma crescente em nossa sociedade
pela facilidade com a qual as pessoas tem em adquirir o veículo, o seu fácil
manuseio, falta de fiscalização e principalmente falta de conscientização das
pessoas diante das medidas preventivas essenciais, como o uso de capacete, controle
da velocidade, não beber quando na necessidade de uso do veículo, não uso do
celular. É compreensível a necessidade da mobilidade através da moto, diante do
menor custo de combustível e praticidade, no entanto, diante das atitudes
inconsequentes que temos visto, nossos índices de acidente com moto estão numa
crescente e principalmente com a falta de uso de capacete. Nesse contexto,
nossa equipe tem assumido o compromisso de atuar não só na assistência direta a
essas e outras ocorrências (papel original do Serviço Móvel de Urgência e
Emergência), bem como, priorizar também as ações preventivas.
Um acidente de trânsito e mais especificamente com
moto, não se resume ao acidente em si, ao fato ocorrido, à apenas as
consequências físicas do trauma. Vai além, causando traumas psicológicos,
desestruturação de uma família e até mais de uma quando na existência de
colisão com outro veículo. Um sinistro como esse onera em muito o Sistema Único
de Saúde, indo do contexto hospitalar até a continuação da assistência através
dos serviços municipais de saúde, da assistência social seja através dos
benefícios financeiros, como também para garantir a subsistência da família e
da própria vítima, tendo em vista que o mesmo passará por longo período sem uma
atividade laboral e sendo ele muitas vezes um dos provedores da família.
Dessa forma, não cabe mais normalizar a perda de
vidas através de situações que podem ser evitadas; não cabe mais a falta de
diálogo sobre esse tema; não cabe mais não responsabilizar a quem por direito;
não cabe mais fiscalizações rasas; não cabe mais a falta de conscientização por
conivência. As leis existem para normatizar, organizar e proteger. Não deveriam
ser utilizadas como regra, se a população usasse de toda as orientações que são
disponibilizadas, buscasse ter o entendimento que o uso dos equipamentos de
proteção individual é obrigatório para garantir a própria proteção e do
coletivo e dessa forma a aplicação das leis se tornariam raras exceções.
Vamos seguir nesse trabalho de educação, orientação,
sensibilização com a nossa população, com o intuito de prevenção ao acidente de
trânsito, para que nenhuma família precise sofrer a gama de consequências que
se sucedem à ele.
De janeiro/2023 até aqui já fizemos palestras, lives,
panfletagem na BR 101, entrevistas e vamos seguir com diálogo nas comunidades através das
associações, igrejas, escolas onde queiram nos acolher e também levando outro
tema de suma importância que são as Noções Básicas de Primeiros Socorros.
Coordenadora da Base Descentralizado do SAMU de Gov. Mangabeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário